segunda-feira, 8 de março de 2010

Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC

Como é possível detectar os pacientes com TOC no atendimento médico?
É pouco provável que os pacientes se apresentem ao médico queixando de suas obsessões ou de seus rituais. Normalmente eles se queixam dos sintomas somáticos relacionados com suas condutas rituais e referem a depressão ou ansiedade. Alguns procuram ajuda médica em decorrência de temores pouco realistas sobre a sensação de estar ficando louco, ter câncer, AIDS ou outras doenças. Apesar de não apresentarem nenhuma evidência dessas doenças, não parecem nunca satisfeitos ou tranqüilos, a não ser que estejam sendo submetidos à múltiplas avaliações.

Quais são os sintomas somáticos que podem sugerir a existência de um TOC?
Dermatite. Os pacientes com TOC podem aparecer à consulta com lesões nas mãos ou com erupções ocasionadas por lavagem repetida. Ente os pacientes tratados por dermatite, cerca de 36% deles tinha TOC; nenhum deles havia referido sintomas obsessivos ao dermatologista.
Onicopatia (unhas). Infecções crônicas das unhas decorrentes de roer excessivamente ou morder compulsoriamente o canto dos dedos.
Alopecia (falta de cabelos). Em pacientes com tricotilomania (arrancar cabelos).
Gengivite ou infecção gengival por escovação dental excessiva.
Sintomas somáticos de depressão. A elevada concomitância do TOC com a depressão faz com que, em muitos casos, os pacientes procurem a consulta por qualquer dos sintomas freqüentes de depressão (fadiga crônica, transtornos do apetite, transtornos do sono, redução de peso, constipação, diarréia, cefaléias...).

Como é possível detectar o TOC nas crianças?
É sugestiva a presença de condutas repetitivas incomuns, assim como morosidade e problemas para preparar-se para ir à escola ou para realizar outras atividades e sintomas somáticos relacionados com esses comportamentos e rituais (p.ex. dermatite). Da mesma forma que nos adultos, as crianças apresentam obsessões em relação à ordem, sobre perigos ou doenças, que ocasionam rituais de lavagem (os mais freqüentes) ou de comprovação.

Quais são os outros transtornos psiquiátricos que costumam estar associados ao TOC?
Os sintomas obsessivo-compulsivos produzem no paciente um mal-estar considerável. Aproximadamente um terço dos pacientes portadores de TOC tem também um diagnóstico de depressão. Quando se faz o diagnóstico de TOC, dois terços dos pacientes costumam ter histórico de um episódio de depressão maior em algum momento de sua vida. É mais comum que os pacientes peçam ajuda pela depressão ou pela ansiedade, que são doenças mais aceitas socialmente, do que por suas obsessões ou rituais do TOC. Outras patologias associadas com certa freqüência são o abuso de álcool, o transtorno somatoforme ou os transtornos alimentares.

Quais são os tipos de rituais mais freqüentes?
I) Rituais de limpeza e de lavagem. Os pacientes podem chegar a lavar as mãos 20 ou 30 vezes ao dia, ou tomar um banho durante diversas horas.
2) Rituais de recontagem. Os pacientes repetem ações um certo número de vezes, a fim de prevenir sucessos indesejados. O número de vezes pode ser estabelecido por números mágicos.
3) Rituais de comprovação. Os pacientes comprovam repetidamente se a porta está fechada, se o fomo está apagado, se a tomada está desligada, etc. Em outros casos, realizam-se comprovações para segurança de não sofrerem nenhuma doença.
4) Comportamentos meticulosos. Os pacientes se asseguram de que os objetos estão na ordem adequada, ou colocados de forma simétrica.

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pergunta@psiqweb.med.br

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Associação de Portadores de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo-Compulsivo, através de seu site, traz importantíssimas orientações para portadores de TOC. Veja alguns trechos: 

"O que podem fazer a família e os amigos para ajudar?

Muitas pessoas da família se sentem frustradas e confusas perante os sintomas do TOC. Não sabem como ajudar. Se você tem alguém na família, ou um amigo com TOC, a sua tarefa primeira e mais importante é aprender o máximo possível sobre o transtorno, suas causas, seu tratamento. 

Ao mesmo tempo, deve se certificar que a pessoa com o TOC tem acesso às informações sobre a doença. .........

Ajudar o doente a compreender que existem tratamentos úteis já é um grande passo em direção à sua recuperação. Quando uma pessoa com TOC se recusa a receber tratamento, a família se vê em dificuldades. Continue oferecendo material educativo. Em alguns casos, pode ser útil fazer uma reunião de família e discutir o problema, como se faz quando existe um problema de alcoolismo e a pessoa não quer se tratar.

Os problemas familiares não provocam TOC, mas a maneira das famílias reagirem aos sintomas poderá afetar o curso da doença, assim como os sintomas podem provocar grandes perturbações e problemas na família. Os rituais de TOC podem acorrentar sem piedade os membros da família, e às vezes é necessário que todos acompanhem o paciente na psicoterapia. 

O terapeuta pode ajudar os membros da família a aprenderem como se desvencilhar dos rituais, passo a passo e com o consentimento do paciente. Uma interrupção abrupta da participação nos rituais do TOC, sem o consentimento do paciente, rara vez ajuda, uma vez que nem o paciente nem a família sabem como lidar com a angústia decorrente do fato. 

A recusa em participar dos rituais não ajuda os que apresentam sintomas ocultos e, o que é mais importante, não ajuda o paciente a aprender uma estratégia de vida, para lidar com seus sintomas de TOC a longo prazo.

Comentários negativos, ou crítica dos familiares, em geral pioram o quadro do TOC, ao passo que uma família calma, que demonstra apoio, pode ajudar no resultado final do tratamento. Se a pessoa considerar suas opiniões como uma interferência, lembre-se que é a doença falando. 

Procure ser o mais gentil e paciente possível, pois é a melhor maneira de ajudar a pessoa a se livrar dos sintomas de TOC. 

Dizer a uma pessoa que deve parar como seu comportamento compulsivo não ajuda e só faz a pessoa se sentir pior, porque não consegue. Ao invés disso, elogie qualquer tentativa de opor resistência ao TOC, focalizando sua atenção nos possíveis elementos positivos da vida da pessoa. Evite expectativas muito altas ou muito baixas. 

Não force. Lembre-se que ninguém detesta mais o TOC do que a pessoa que tem o transtorno. Trate a pessoa normalmente, depois de recuperada, mas fique atento para os sinais de recaída. Se a doença estiver voltando, você poderá perceber isso antes que o próprio doente. Assinale os sintomas de maneira sutil e sugira uma conversa com o médico. Mas aprenda a diferenciar um dia ruim de um episódio de TOC. É importante não atribuir ao TOC tudo o que acontece de errado.

Os familiares podem ajudar o clínico no tratamento do paciente. Quando o doente estiver em tratamento, converse com o médico, se possível. Ofereça-se para visitar o médico junto com o paciente, para compartilhar suas opiniões sobre o andamento do tratamento.

Encoraje o paciente a se manter fiel à medicação e/ou à psicoterapia. No entanto, se o paciente já estiver sob tratamento por um longo período sem apresentar grandes melhoras nos sintomas, ou sente efeitos colaterais perturbadores, encoraje-o a procurar o médico para obter outro tratamento, ou a procurar uma segunda opinião.

Quando crianças e adolescentes são portadores de TOC, é importante que os pais trabalhem juntamente na escola com os professores, para ter certeza de que eles compreendem o transtorno. Como no caso de qualquer criança com alguma doença, os pais devem estabelecer limites coerentes e fazer com que a criança ou adolescente saiba exatamente o que se espera deles."
Veja o site da ASTOC

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