quarta-feira, 14 de maio de 2008

Perseguição implacável

A que ponto chegamos??
Ontem me fiz essa pergunta por diversas vezes. Não encontrei resposta diferente, somente uma me vinha a cabeça: " ao caos" ! Como de costume, ontem eu seguia no meu carro com meu filho, de um ano e cinco meses, sentado no banco de trás, em sua cadeirinha, em direção a sua escolinha. Meu marido que seguia para o trabalho, nos seguia em seu carro. Fizemos o retorno para pegarmos a via principal, no horário de grande engarrafamento de todas as manhãs, porém, ontem, ainda, era segunda-feira, isso é início da semana. Eu entrei no retorno e quando olhei pelo espelho retrovisor, percebi que meu marido tentava fazer o mesmo, porém um carro cinza, grande, buzinava loucamente até que tentou fechá-lo. O motorista, totalmente, descontrolado fazia gestos e gritava com seu vidro fechado. Meu marido, calmo e tranquilo como Buda, permaneceu em seu carro e assustado, olhou pro cara, meio que sem entender o que estava acontecendo. Resumo: o cara não ficou satisfeito, desceu do seu carro e queria briga, lógico! Detalhe: 10hs de segunda-feira e inicio do mês. Se aquela hora, no inicio da semana e do mês, o sujeito já estava naquele mal humor, imagine no final do dia, da semana e do mês? Bom, não quero estar presente, para testemunhar! Meu marido desviou do " desequilibrado " a tempo de eu não retornar, preocupadissima com o descontrolado. Seguimos nosso caminho e...o " desequilibrado" reapareceu, perseguindo insistentemente meu marido!! Nessa hora me veio outra pergunta: " esse cara deve estar armado!" Meu marido, com a intenção de nos proteger , desviou e saiu em alta velocidade, desviando de carros, entrando em inúmeras ruas e depois me contou, que o cara tentou fechá-lo uma segunda vez, e quando desceu do carro, ele pode observar que tratava-se de um " senhor" com aproximadamente 50 anos ou mais. Meu marido conseguiu " escapar". Nessa hora até parecia que ele era o bandido. Procurei um carro da polícia e parei ao lado. Liguei para ele e marquei encontro naquele lugar, pois se " o senhor desequilibrado" estivesse armado, ele que se entendesse com a polícia. Felizmente, meu marido conseguiu se livrar. Parou o carro e conseguimos conversar e chegamos a seguinte conclusão: meu marido não sabia nem o que tinha acontecido, se tivesse cometido algum erro, o " senhor desequilibrado" não deu nem a oportunidade de ouvir um simples - desculpa! Mas, também, acho que ele não sabe o significado dessa palavra, assim como não sabe o que é equilibrio emocional, paz, serenidade, erro e perdão, compaixão, sensatez e amor, afinal eu tive vontade de descer do carro e falar pra ele as seguintes palavras: - " o que o senhor quer? Briga? Dar um tiro no meu marido por causa de um carro? Meu marido tem muito a perder!! Eu tenho muito a perder, pois eu o amo. Meu filho de um ano tem muito perder, pois é o pai dele!! E ele quer crescer nos braços do seu pai! E o senhor? Não tem nada a perder? Se está com raiva do mundo? Se jogue da ponte!! Ou melhor, vai procurar ajuda profissional. Vai aprender a amar alguém para ser amado. Faça mais amor! Entre nesse seu carro e vá aprender a viver. E deixe em paz quem ama os seus e a sua, própria vida!! Vá pra bem longe de todos nós!! Só isso... 'E assustador você perceber como a vida é tênue, pensei já ter aprendido isso, quando perdermos nosso primeiro filho, porém ontem vendo a loucura andar de mãos dadas com o desamor, a violência, o desequilibrio e a insensatez, percebi que em um segundo poderíamos ter perdido o mais importante de tudo: nossas vidas. Desejo que esse senhor, siga seu caminho bem longe de todas as pessoas do bem, pois não acredito mais que ele depois de tantos anos de vida, vá melhorar, infelizmente. O tempo para esse " senhor" não serviu pra nada, só pra deixá-lo mais agressivo, arrogante e revoltado. Porém, eu aprendi com ele e lhe agradeço, pois o " senhor" nos ensinou ontem, que não vale a pena, nunca, brigar, quase matar e se matar por bens materiais e sentimentos pequenos. Nunca perder o controle emocional daquela forma irracional e sem sentindo, pois a vida é mais, muito mais do que isso. O amor incondicional do meu filho e marido me lembra isso todos os dias. Pena que ele não tenha noção disso... Patricia Caram

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